quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Gostava de ter sentido o teu corpo nas minhas mãos, de ter tocado levemente todos os teus traços enquanto estudavas com caução os meus. Queria um dia mais tarde lembrar me de como foi, de como soube bem tocar-te e de rir contigo enquanto partilhavamos essa ideia, um dia, quando fossemos velhos e depois de ir cada um para seu lado.

Somos diferentes, parece que estamos separados pelo muro de Berlim. Nada é igual.

Eu adoro o Porto.

Tu detestas.

Aí tens o exemplo mais prático.

Queria sentir-te a pegar me ao colo com a força brutal de um amante desnaturado e sôfrego, queria sentir a tua respiração na minha garganta e saber o que é, na realidade, sexo à moda antiga.

Deixar de encostar um cigarro à boca e sentir o teu calor, deixar de ter um calafrio pelo corpo de cada vez que oiço o teu nome. Evitar beber um copo de um trago e outro, e mais outro, só para não ter de me lembrar de tudo o que passamos, e dar por mim e ver a garrafa meio vazia ao meu lado, com as carpetes nuas a embeber o líquido escuro e, com a sua fraca qualidade, a deixarem trespassar para a madeira marcando-a como se fosse tua, como a devíamos ter marcado, juntos.

Queria que a minha libido estivesse mais elevada e que não a mandasses abaixo como o fazes, como sempre fizeste.

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